Em busca de Rememorar: Nazismo e Jogos Eletrônicos (Resenha Crítica)
- Vítor Alves Souza Alecrim
- 31 de mar. de 2023
- 12 min de leitura
COMEÇANDO COM UM RESUMO RÁPIDO
Maria Helena Rolim Capelato, é Bacharel e Licenciada em História pela Universidade de São Paulo, Mestre e Doutora em História Social, especialista na área de História da América e realizou pesquisas sobre os seguintes temas: Imprensa, Liberalismo, Cultura e Política na América Latina, História dos intelectuais da América Latina e Propaganda política nos regimes militares do Cone Sul (Brasil, Chile e Argentina). Pesquisa atualmente a Batalha de imagens: artes visuais como armas de lutas políticas nas ditaduras militares brasileira e chilena.
O nazismo e a produção de guerra, foi publicado em 1995, compondo o dossiê: 50 Anos De Final De Segunda Guerra, publicado na Revista USP, tal escrito em específico o de Capelato expressa o programa e os usos culturais no Regime Nazista, como a autora coloca “Optei por uma discussão sobre o nazismo por considerar que essa experiência ainda constitui um desafio à compreensão do historiador.” (CAPELATO, 1995, p. 83). Afinal sua escolha se dá em um meio onde:
[...]O nazismo não foi o único regime político totalitário que fez parte da história mundial do século passado. E também não foi o primeiro. Outros tantos surgiram com características semelhantes, em contextos diferentes, como o Facismo de Benito Mussoline, na Itália, precursor dessa nova era política. (CONDE, 2006, p. 4)
Tal capítulo do dossiê conta com 5 tópicos, os quais abaixo serão sintetizados em duas partes, de antemão para o início de uma jornada crítica sobre a atualidade e utilidade de tal texto escrito por Capelato para o ensino de história e para o estudo dos “neonazismos” do século XXI.
Este texto inicia sua primeira parte, sobre a visão de Capelato sobre o nazismo, iniciando primeiro por colocar como alguns acontecimentos dos anos 80, como a destruição do muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, a desintegração da URSS e o fim da política de blocos de poder, foram saudados como vitórias da liberdade, mas que na verdade foram, “[...]problemas artificialmente resolvidos, desde o final da guerra, reapareceram, trazendo lembranças de um passado que se buscou esquecer.” (CAPELATO, 1995, p. 83).
Sendo assim, mesmo que a história não se repita, “[...]é preciso estuda-la, interpretá-la e reinterpreta-la sempre que o presente coloque novas indagações sobre algum momento específico do passado.” (CAPELATO, 1995, p. 84). Uma vez que as análises produzidas a partir dos anos 50, construíram conceitos genéricos e grandes sínteses teóricas para explicar os regimes que surgiram durante o século XX.
Desta forma Capelato busca sair das interpretações generalizantes, e visa debruçar-se sobre as especificidades que permitem uma compreensão mais aprofundada do Nazismo. A pergunta que fica é “Por que um povo culto e pessoas sensatas apoiaram um plano paranoico de destruição, com requintes, sem precedentes”? (CAPELATO, 1995, p. 84).
A resposta rápida poderia ser a crise da Alemanha no pós-Primeira Guerra Mundial, mas ela atingiu a Europa inteira. O que diferencia é que “[...]em nenhum país foi elaborado e implementado um projeto como o de Hitler”. (CAPELATO, 1995, p. 84). Não se pode negar que a Primeira Guerra Mundial ajudou a produzir o nazismo, assim como o apoio ativo da maioria da população, e a inversão dos valores estabelecidos. O nazismo apresentou um projeto de embelezamento do mundo através da erradicação do feio, sujo, maléfico, impuro, como coloca Capelato, ‘[...]impôs a estetização do ódio, da violência, da destruição e da morte.” (CAPELATO, 1995, p. 85).
Desta forma Capelato segue o caminho da reconstituição histórica, na busca de “[...]desvendar o significado das imagens, símbolos e mitos que esclarecem a relação do nazismo com a guerra”. (CAPELATO, 1995, p. 86). E assim entender a “[...]logica de dominação proposta pelo nazismo passa pela análise dos signos e da sua recepção.” (CAPELATO, 1995, p. 86).
Todo texto da autora parte da “[...]a importância da herança cultural alemã na explicação do fenômeno. (CAPELATO, 1995, p. 86). Revelando que Hitler não é o único sujeito nessa história, afinal suas mensagens só ganham sentido porque ecoam no público, dialoga com a cultura alemã e o indivíduo. Nessa história, como aponta Capelato, “[...]o signo se coloca como instrumento de mobilização.” (CAPELATO, 1995, p. 86).
Numa sociedade cheia de descontentamentos, o nazismo oferece um ideal revolucionário, ou seja, busca certezas no passado. Para Capelato, no Nazismo se via a, violência, a luta, o sangue, a guerra como “[...]elementos constitutivos do imaginário social alimentado pela propaganda. (CAPELATO, 1995, p. 86).
Mas, claro que isso precisava de uma base propícia, que “[...]foi preparado ao longo da história alemã, fazendo parte da sua cultura.” (CAPELATO, 1995, p. 86). Hitler soube explorar bem os sentimentos de humilhação, impotência, insegurança do pós-guerra, conseguiu conquistar as massas e propôs nesse momento de crise, um projeto de domínio do mundo pela raça ariana, que “[...]só ganhou adeptos porque a ideia de superioridade do povo germânico fazia parte da tradição cultural alemã: uma cultura nacionalista e racista, construída ao longo dos séculos.” (CAPELATO, 1995, p. 86).
Em sua segunda parte, Capelato aponta como o nazismo se consagrou um estilo político coletivo através de mitos e símbolos da nação, que ao mesmo tempo era ligado ao nacionalismo, o movimento e a política de massas. Nesse contexto os mitos se tornaram um meio que estimulavam a participação popular nos espetáculos públicos como as comemorações patrióticas e festivais, qualquer semelhança com o Brasil é "mera coincidência”.
Esse estilo político, gestado no início do século XIX, se concretizou com o nazismo que conquistou popularidade pela tradição consagrada e pelas técnicas de comunicação de massa da época. Outro traço que Capelato coloca do qual o nazismo utilizou da cultura alemã foi as associações.
Assim nasceram os movimentos de juventude nazista herdeiros de movimentos de integração dos jovens que se iniciara com propósitos de protesto, e que o regime nazista tirou proveito, fazendo a violência um traço da cultura nazista e das associações que carregavam valores como autoridade, hierarquia, orgulho da raça, culto ao exército, espirito de sacrifício, chauvinismo, tudo baseado em Jahr, o patrono da Juventude Hitlerista, em suma a pedagogia nazista prepara os jovens para a morte.
Capelato coloca que a Primeira Guerra Mundial e o Tratado de Versalhes representam o ponto de partida da política de Hitler, no qual se buscou reviver traços da cultura alemã, a pregação nacionalista, e assim o nazismo se fortaleceu tirando proveito da situação do pós-guerra.
O impacto da Primeira Guerra Mundial fez surgir movimentos como alternativa para os problemas da sociedade, e estes, usavam em sua luta as armas: De fogo; De Símbolos; As Artes engajadas. No nazismo a “[...]morte simbolizava sacrifício à glória da nova humanidade. (CAPELATO, 1995, p. 91) e o ariano como um “[...]ser mítico, inventado ou reinventado pelos nazistas, representava a afirmação da superioridade pela prática da violência.” (CAPELATO, 1995, p. 91).
Capelato, nos mostra como Hitler sabia que seu projeto levaria a guerra, e como o Reich deveria realizar a escravidão do restante da terra, operando por meio da violência e terror. A guerra, na representação nazista, significava um banho de sangue purificador, onde os símbolos foram utilizados “[...]intensamente pela propaganda que visava conquistar as consciências e “prepara-las para a guerra e a morte”. (CAPELATO, 1995, p. 91). Nesse regime o “[...]sacrifício dos “impuros” na Alemanha de Hitler visava unir os corações arianos, estabelecendo a ordem.” (CAPELATO, 1995, p. 93).
Ou seja, o nazismo canalizou a violência descontrolada para os seus obstáculos criados por si mesmos. E assim a “[...]guerra planejada por Hitler, desde a criação do movimento nazista, foi decantada pelos meios de comunicação, nas obras literárias, nos discursos político, nas escolas. (CAPELATO, 1995, p. 93).
Eis o resumo do texto de Capelato, necessário para adentramos aos apontamentos visados por essa resenha crítica que busca pensar como os “[...]problemas artificialmente resolvidos, desde o final da guerra, reapareceram, trazendo lembranças de um passado que se buscou esquecer.” (CAPELATO, 1995, p. 83).
NAZISMO, NEONAZISMO E OS JOGOS
O texto de Capelato inicia colocando como o “[...]surgimento de movimentos radicais extremistas, neonazistas, provocaram o receio de retorno do nazismo.” (CAPELATO, 1995, p. 84). O século XXI e a atualidade estão a nos mostrar esse receio. E que tal então pensarmos a questão pertinente de Capelato, “[...]“neonazismo – perigo real ou imaginário?”.
Meu objetivo aqui não é analisar como se dá o nazismo e o neonazismo, como se formou, mas sim pensar como se utilizar dos meios midiáticos para o ensinar história sobre o nazismo e o neonazismo, por meio de rememorar o passado e analisar o presente.
Pegando um trecho de Capelato que exprime a ideia central dessa resenha critica: “[...] guerra planejada por Hitler, desde a criação do movimento nazista, foi decantada pelos meios de comunicação, nas obras literárias, nos discursos político, nas escolas. (CAPELATO, 1995, p. 93).
Logo, como os meios de comunicação atuais e seus discursos e representações sobre o nazismo e o neonazismo podem servir para um estudo histórico sobre tais temáticas?
Afinal, se vale necessário pensar tal texto escrito em 1995 em uma perspectiva relacional com o presente, afinal qual a sua atualidade? E com qual meio midiático viso pensar? A resposta é os Jogos Eletrônicos. E porque eles?
Relacionando com uma fala de Capelato, os jogos eletrônicos que versam sobre a temática Nazista se tornam “[...]uma oportunidade para se revisitar o nazismo. (CAPELATO, 1995, p. 84).
Como nos apresenta, Sonia Wanderley (2021), os produtos digitais enquanto “[...]parte constitutiva da cultura Juvenil contemporânea e, portanto, elemento que deve ser problematizado pela cultura escolar, pode auxiliar à consecução dos objetivos de se ensinar História no mundo contemporâneo?” (WANDERLEY, 2021, p.13).
Ao pensarmos os meios midiáticos, em especial os Jogos Eletrônicos, pode-se elencar como estes formam a consciência histórica daqueles que lhe usam, é desta direção em comum, qual se pode colocar o uso dos Jogos Eletrônicos em um processo de negociação da consciência histórica de seus consumidores.
A intenção aqui não é utilizar o jogo como exemplificação ou como mera ilustração para o conteúdo (Nazismo), mas pensar a própria narrativa do jogo e sua representação, para uma análise dos sentidos empregados ao jogo pelos produtores e pelos próprios consumidores (alunos) que entram em contato com ele, é utilizar o jogo como meio, como uma ponte para se entender o conteúdo e experienciar por meio dele aquilo que está a se estudar, ou seja, dar sentido a esse conhecimento.
Os jogos assim como os mitos, e tradições, e novamente citando Capelato, são meios que carregam discursos, afinal “[...]a criação do movimento nazista, foi decantada pelos meios de comunicação, nas obras literárias, nos discursos político, nas escolas. (CAPELATO, 1995, p. 90).
Atrelando ao texto de Capelato sobre a importância dos símbolos, fica claro como até os dias atuais os símbolos vinculados pelo nazismo ainda carregam todo o peso significativo do regime, uma vez que o “[...]arsenal simbólico nazista foi tão bem trabalhado que até hoje está presente no imaginário coletivo mundial, mesmo para os que desconhecem a história do regime. Os símbolos são mais conhecidos hoje que os fatos históricos políticos que os criaram.” (CONDE, 2006, p.12).
Não obstante que o Neonazismo se utiliza dos símbolos e outros elementos da “[...]ideologia nacional-socialista foram resgatados, por meio dos grupos denominados neonazistas. Mais do que um resgate houve uma re-interpretação. Tais grupos utilizam a carga ideológica do nazismo para a disseminação de violência e racismo.” (CONDE, 2006, p.15).
Os símbolos antigos do nazismo são apropriados e ressignificados, voltando a serem usados para o mesmo objetivo uma vez usados no século XX, em outras palavras, “[...]o neonazismo, por meio de suas organizações supranacionais, mobiliza antigos símbolos nazistas dando-lhes um novo significado – ainda enraizado no significado anterior –, fornecido pelos conflitos sociopolíticos em que seus adeptos se encontram[...] (OLIVEIRA, 2015, p.176).
Da mesma forma que no século XX os meios de comunicação foram utilizados para dar suporte ao Nazismo, estes podem agora servir se opor a ele, transmitir as análises históricas sobre tal regime. Afinal retomar o tema nazismo “[...]é necessário, neste momento, salientar o papel e a importância da memória na história, para assim discutir e criticar o que foi a intolerância nazista, que hoje, infelizmente, reaparece permeada nas entrelinhas do discurso neonazista.” (JESUS, 2003, p.72).
Mas, não podemos ser de todo otimistas, uma vez que, assim como os meios de comunicação serviram de suporte ao nazismo no século XX, atualmente no século XXI, o mesmo ocorre com o Neonazismo, uma vez que o “[...]papel dos meios de comunicação foi primordial para adesão de simpatizantes e membros no país. Foi por meio deles que os jovens passaram a conhecer os embates violentos que aconteciam na Europa e informações sobre as gangues.” (CONDE, 2006, p.19).
Assim como coloca Capelato, os movimentos de juventude nazista herdeiros de movimentos de integração dos jovens serviram para o regime nazista como novos adeptos ao regime e a radicalização.
Com o neonazismo, o mesmo vem a acontecer, uma vez que isso volta a acontecer se torna “[...]preciso conscientizar e informar os jovens sobre os fatos esquecidos do nazismo, e incentivar a criação de políticas públicas que se adaptem às novas possibilidades de comunicação das tecnológicas emergentes.” (CONDE, 2006, p.34).
Uma vez que os movimentos neonazistas ganharam força com o advento da internet, o problema está à nossa frente, a internet, “[...]além de possibilitar o anonimato e a proximidade ainda maior entre grupos e partidos, também facilita a divulgação de um revisionismo de caráter militante que procura enaltecer os velhos dogmas nazistas e minimizar seus maiores crimes.” (JESUS, 2003, p.72).
E voltamos novamente ao que Capelato relata em seu texto, a “[...] logica de dominação proposta pelo nazismo passa pela análise dos signos e da sua recepção.” (CAPELATO, 1995, p. 86). Será que o mesmo ocorre para a lógica do neonazismo?
Partindo do que até então foi apontado, a ideia que a resenha crítica em questão pensa, os jogos como uma oportunidade para se revisitar o nazismo, e compreender seu funcionamento e métodos.
Afinal os jogos acabam por proporcionar uma experiência de se viver, e em especial jogos que tocam a temática do Nazismo, possibilita experienciar tal regime, afinal este é um dos principais aspectos que os Jogos Eletrônicos proporcionam, quando comparados a outras formas de mídia, como o cinema, televisão, redes sociais, etc. Os jogos “[...]se encaixa como um instrumento possível de ser utilizado em sala de aula, como um método de melhorar a educação.” (SILVA, 2012, pg. 39).
Essa experiência e imersão quando ligada a ideia de consciência:
[...]a partir da teoria rüseniana também suscita a questão do aprendizado obtido com a experiência colocada em prática pelos jogadores. Se há uma narrativa que aponta para uma direção e resulta no exercício da consciência histórica, teremos que considerar também a produção de algum entendimento do que foi praticado durante horas de experiência interativa com a ficção do game. (AZEVEDO JÚNIOR, 2015, p.9)
Saindo um pouco do campo teórico e analítico, venho aqui apresentar dois jogos eletrônicos que versam sobre a temática nazista, e que podem vim a ser apropriados conforme os pontos já elencados nos parágrafos anteriores. O primeiro deles se chama Through the Darkest of Times (Através do Mais Escuro dos Tempos), sua sinopse em questão aponta:
Through the Darkest of Times é um jogo estratégico e histórico de resistência, focado em transmitir o clima sombrio do período em questão e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que viviam sob o 3º Reich. A fidelidade histórica implica que seu pequeno grupo de rebeldes não vai mudar os rumos da guerra nem poderá impedir as atrocidades dos nazistas, mas você certamente pode fazer de tudo para salvar o máximo de vidas que puder e enfrentar o regime fascista sempre que possível. (STEAM, 2020)

Neste jogo, o jogador lidera um pequeno grupo de resistência na Berlim de 1933, formado por pessoas comuns, de judeus e católicos, comunistas a patriotas insatisfeitos e contrários ao regime.
Assim o objetivo é minar o regime aos poucos, espalhando panfletos de conscientização sobre a verdadeira intenção dos nazistas, pintando mensagens nas paredes, sabotando, recolhendo informações e recrutando mais seguidores. Tudo isso enquanto o jogador continua nas sombras, uma vez que a vida de cada membro está sempre em perigo.
O segundo jogo se chama Attentat 1942 (Ataque 1942), sua sinopse em questão aponta:
Attentat 1942 é uma aventura historicamente precisa contada através dos olhos dos sobreviventes da 2ª Guerra Mundial. Muitos dilemas morais e lutas existenciais esperam por você em seu caminho para descobrir o passado conturbado de sua família. Escrito e feito por historiadores profissionais. É 1942 e Reinhard Heydrich, o governante das terras tchecas ocupadas pelos nazistas apontadas por Hitler, foi assassinado. A retaliação nazista foi brutal. Seu avô estava entre as vítimas, enviado para um campo de concentração. Mas por que? Que papel ele desempenhou no ataque? Por que ele não contou para sua família? Ele foi corajoso ou imprudente? (STEAM, 2017).

Em Attentat 1942 (Ataque 1942), o jogador mergulha em uma história sobre amor, amizade e heroísmo entre os horrores de um conflito mundial. Conhecendo testemunhas, experienciando a vida cotidiana sobre o domínio nazista. É com “um filme interativo”, rico em história e com diversas notas explicativas sobre a Segunda Guerra Mundial.
Em suma, essa é a análise qual se objetivava nessa resenha, trazer o texto de Capelato em uma relação com o presente, através do Neonazismo na era digital e seus usos, reinterpretações e ressignificação dos símbolos e métodos do antigo regime nazista. E ao mesmo tempo se valer de um dos meios digitais e de comunicação atual, os jogos eletrônicos, como uma forma de relembrar e “reviver” o que foi o regime nazista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível com a leitura deste texto, perceber como o processo da ascensão do nazismo, está além apenas de fatos concretos, como a crise, o pós-guerra, e assim perceber como o sucesso da ascensão está relacionado com um aspecto cultural germânico, qual é colocado por Capelato de forma exemplar e bastante explicativa.
O texto não apenas nos apresenta os ideais do Nazismo, como também elucida como essas ideias foram possíveis e aceitos por grande parte da população. Capelato nos proporciona perceber através de sua análise, os traços essenciais do nazismo e como estes se apresentam novamente no neonazismo quando pensado na atualidade, possibilitando tecer análises sobre as diferenças de perspectivas.
Neste sentido, ler o texto e se propor a fazer uma reflexão sobre as rupturas e continuidades do nazismo na atualidade, torna-se essencialmente importante, como aprendizagem para o que Capelato chama de os “micronazismos entre nós”, compreender o texto da autora é entender onde estamos inseridos, e como o regime ainda tem tentáculos para além de seu tempo.
Escrito por: Vítor Alves Souza Alecrim
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONDE, Ananda. Neonazismo na internet: reinterpretação dos símbolos nazistas no Brasil. Orientador: Lara Amorim. 2004. 63 p. Monografia (Bacharel em Jornalismo) - Faculdade de Ciências Sociais do Centro Universitário de Brasília, BRASÍLIA, 2004. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/123456789/1701.> Acesso em: 10 fev. 2023.
COSTA, Marcella Albaine Farias da. Ensino de História e historiografia escolar digital. Rio de Janeiro, 2019. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós- Graduação em História, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: <http://www.unirio.br/cch/escoladehistoria/pos-graduacao/ppgh/tese-marcela-albaine.> Acesso em: 10 fev. 2023.
JESUS, Carlos Gustavo Nóbrega de. Neonazismo: nova roupagem para um velho problema. Akrópolis: Revista de Ciências Humanas da UNIPAR, [s. l.], v. 11, n. 2, p. 67-73, 2003. Disponível em: <https://revistas.unipar.br/index.php/akropolis/article/view/333.> Acesso em: 10 fev. 2023.
OLIVEIRA, Eric Monné Fraga de. Blood & Honour: Neonazismo E Teoria Dos Movimentos Sociais. Enfoques, [s. l.], v. 14, n. 1, p. 159-179, 2015. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/123456789/1701.> Acesso em: 10 fev. 2023.
COMO CITAR
ALECRIM, Vítor. A. S. Em busca de Rememorar: Nazismo e Jogos Eletrônicos (Resenha Crítica). Problematiza Aê!. 2023. Disponível em:<https://problematizaae.wixsite.com/oagora>
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