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A RESISTÊNCIA É O QUILOMBO

  • Foto do escritor: Maria Eduarda Durães Martins
    Maria Eduarda Durães Martins
  • 24 de nov. de 2021
  • 3 min de leitura

LITERANDO A HISTÓRIA

PRPA - Projeto Revista Problematiza Aê! NOV. 2021 Ano I Nº 010

Por MARIA EDUARDA DURÃES MARTINS[1]

DADOS EDUCACIONAIS


FONTE: Livro didático: Brasil Afro-Brasileiro: Cultura, História e Memória - IMEPH.

CONCEITOS: Quilombos; Resistência Negra;

SÉRIE(S)/ANO(S): 6°, 8° e 9º Ano


ENSINO BÁSICO – 6ª a 9ª


UNIDADE(S) TEMÁTICA(S): O Brasil no Século XIX.

OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: Cidadania, diversidade cultural e respeito às diferenças sociais, culturais e históricas; A questão da inserção dos negros no período republicano do pós-abolição

HABILIDADE(S): EF05HI01; EF08HI14; EF08HI20; EF09HI04; EF09HI07.

“Ser Quilombo

Ser Quilombo é ter orgulho

e assumir o pouco que tem

assumir o cabelo torrado

e a pele negra também


Ser Quilombo é ter coragem

e amor no coração

ser Quilombo é não ter medo

de racismo ou exclusão

É olhar olho no olho

e assumir sua identidade

respeitando as diferenças

no campo e na cidade


Ser negro não é vergonha

ser negro não é defeitos

ser negro é não ter medo

de lutar por seus direitos


Isso não se resume no simples ato de falar

às vezes é necessário

até mesmo se calar


Não adianta pele clara

ou vermelho coração

descendente de africano

não se pode negar não


Orgulho de ser Brasil

orgulho de ser Pará

orgulho de ser Quolombo

Jacaré-Quara Acará


Isso sim é ser Quilombo

com orgulho e emoção

não importa sua idade

ser negro de coração”


Giselle do Rosário (15 anos) - Comunidade Quilombola Jacaré-Quara Município do Acará – Pará


Do idioma Banto, a palavra quilombo é uma referência a “guerreiro da floresta”. Segundo Manoel Alves de Souza, o Quilombo é “Compreendido pelo senso comum como um “acampamento de escravos fugitivos” e definido pelas “autoridades” portuguesas como “toda a habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte desprovida, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”, os quilombos são uma instituição negra organizada, cujo significado sócio histórico se atualiza desde os primórdios do sistema escravista brasileiro, tendo provavelmente começado a existir junto com as chegada dos africanos escravizados.” É inegável que os quilombos são comunidades formadas por escravizados que conseguiram fugir e assim, representam a resistência e luta dos africanos perante a escravização, fazendo com que a cultura, culinária, liberdade, individualidade de existência, humanidade e a própria vida fossem garantidas. Tal movimento social e político demonstra uma indispensável organização, não só para fugas, autonomia, identidade negra, mas também para a perpetuação de noção histórica, de que isso não existiu somente no passado, mas que existe até os dias atuais, em todas as regiões do Brasil, devido a necessidade continua de resistência negra.


Ainda que múltiplos, o Quilombo dos Palmares foi o mais conhecido e o maior dos quilombos, por toda sua história, importância, luta e resistência, que se concentra em Zumbi dos Palmares, ultimo líder do Quilombo, Dandara, inclusive optando pelo suicido a voltar a ser escravizada, e também devido a todos (as) os (as) quilombolas que se organizaram e resistiram.


Atualmente, os quilombos continuam (re)existindo e dando continuidade aos quilombos anteriores, lutando para que se preserve e respeite a identidade e cultura africana/afro-brasileira. Enquanto movimento, os quilombos pressionam também os poderes públicos para que políticas públicas e direitos existam e sejam garantidos (não mais retirados), para que se invista em educação, saúde, segurança, moradia, condições de vida/trabalho e todas as demais questões e ações de reparação histórica, já que ainda hoje, o racismo e a inviabilização desse movimento ocorre, mesmo tendo leis presentes na Constituição Brasileira.


Por que dos quilombolas sofrerem em um país que foram estes que o fizeram, ainda hoje? O que o Estado propõe para reparação histórica com tais sujeitos? Os direitos, como o reconhecimento definitivo de propriedade e o acesso a universidades, dos quilombolas são garantidos? Eles fazem parte do patrimônio cultural afro-brasileiro? Quais são as políticas públicas necessária para que tais direitos sejam efetivos? Além do Quilombo dos Palmares, conhece/visitou algum? Já pensou se você tivesse sido retirado, forçadamente, do seu espaço e proibido de ser o que você é e de manifestar o que se acredita, sua própria língua/fala, sua religião e cultura? Qual a importância da resistência nesse sentido?

DICAS

Rap Quilombola Chama os negros - https://www.youtube.com/watch?v=14_WxvtIQ8U&ab_channel=LuizKetu
Rap Quilombola Chama os negros

SAIBA MAIS


MOURA, C. Quilombos: resistência ao escravismo. São Paulo, Editora Ática, 1987

MOURA, Clovis. Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo, Anita Garibaldi, 2020.

COMO CITAR


MARTINS, Maria Eduarda Durães. A resistência é o Quilombo. Literando - Projeto Revista Problematiza Aê!, ed. 010, v. 01, nov. 2021. Disponível em <https://revistaproblematiza.wixsite.com/inicio/lt001>.

REFERÊNCIAS


BEZERRA, Juliana. Quilombos. Toda Matéria, online, 2020. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/quilombos/


ROSÁRIO, Giselle do. Ser Quilombo. Acará, Pará. Disponível em: https://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2010/11/Ser-quilombo.pdf


SOUZA, Manoel Alves de. Brasil Afro-Brasileiro: Cultura, História e Memória. 3° ed. Livro Didático, Fortaleza, 2010.


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